ENTREVISTA A JOÃO SOARES, CAPITÃO DO MANGA TROPICAL (SUPERLIGA PORTO): «VAMOS DEIXAR TUDO EM CAMPO PARA CONSEGUIR O MELHOR POSSÍVEL»

A equipa Manga Tropical já se encontra na Superliga Porto há algumas épocas. Ainda se lembram dos primeiros passos nas nossas Competições?

A equipa começou, como habitual, pela 2ª divisão da Maia, tendo logo no 1º ano conseguido a subida através do 2º lugar ,e conseguiu chegar à final da Taça da Maia onde perdemos na final com o campeão da 1ª divisão. Pode dizer-se que foi uma estreia boa para uma equipa praticamente inexperiente. Tanto que no ano seguinte, com mais experiência, fomos campeões de 1ª divisão sem derrotas logo no nosso primeiro ano.

A equipa já estava formada ou já se conhecia?

A equipa era constituída por miúdos com idades compreendidas entre os 18 e os 20 e poucos anos, maioritariamente da Escola de Maia  que nunca tinham jogado juntos. Muitos deles familiares uns dos outros. Tentámos criar uma equipa competitiva para o primeiro ano, e no ano seguinte juntámos um pouco mais de experiência e as coisas deram bem.

Qual foi o principal motivo para integrarem a Superliga, na altura?

Juntar um bom grupo de amigos e família, competir e se possível, claro, ganhar. Felizmente, além de competir, temos todos os anos ganho troféus importantes e conseguido deixar uma boa impressão do nosso futebol.

Quanto à presente época, como classifica o estilo de jogo da equipa? Têm alguma forma específica de jogar?

Gostamos de assumir o jogo, sem medo, e de vencer com bom futebol. Desde o início sabíamos que ao sermos campeões nacionais tínhamos os olhos sobre nós e até ao momento não temos desiludido. Na entrada para a última jornada estamos empatados no 1º lugar (2º devido à diferença de golos) sem qualquer derrota ao momento. O último jogo da 1ª fase vai decidir quem será o 1º classificado. Quem o for, será com toda a certeza um justo vencedor da 1ª fase.

Qual a disposição táctica em que a equipa se sente mais confortável a jogar?

Isso é uma resposta complicada de ser dada porque depende muito do jogo e do adversário. Se tivermos um “pivot” natural, gostamos de jogar em 3-1. Se não tivermos, ou se o adversário tiver um fixo muito forte, optamos por um 4-0 mais móvel obrigando a mais desgaste no adversário.

Quais as qualidades que realça da sua equipa, e quais as vertentes que gostaria de ver melhoradas?

Actualmente estamos a chegar a um ponto em que a nossa principal qualidade é a consistência dos processos e a leitura dos tempos de jogo. Temos uma equipa com muita juventude (conjugada com alguns jogadores mais experientes) e por vezes era difícil gerir os tempos e as emoções dos jogos. Era difícil estar a perder e jogar com o relógio e com o cansaço do adversário. O exemplo disso foi a final da Final Nacional da Batalha 2016 em que estivemos a perder 1-0, 2-1 e 3-2 até meio da 2ª parte, e soubemos esperar pelo momento certo para dar a volta ao jogo e ganhar o título.

Qual é o jogador que o impressiona mais na equipa?

Actualmente, com a experiência ganha com as últimas épocas valemos mais pelo conjunto do que propriamente pelas individualidades. Somos um grupo forte e unido. Cada momento de jogo tem a sua “estrela”. Utilizando a Batalha 2016 como exemplo, quando era preciso ir para “cima do adversário” o Carlos Cruz fez a diferença, quando foi preciso sofrer cá trás a experiência do Miguel Teixeira e do José Mota (que jogou com os tendões de um dedo da mão rasgados desde o 1º jogo vs Cariocas) foi essencial.

Há algum jogador de outra equipa da nossa Liga que desejasse ter na sua?

Sinceramente, temos os jogadores que queremos e que nos dão garantias que vão defender as nossas cores com a lealdade e com os valores essenciais a quem quer estar neste desporto. Só olhamos para os adversário para ver os seus pontos fortes e fracos. Às vezes somos procurados por jogadores de equipas adversárias mas antes das qualidades técnicas, temos que ver se essa pessoa reúne os valores para ficar comprometido com a nossa causa. Exemplo disso foi a vinda do Miguel Teixeira dos Compact Records, para a nossa equipa do ano passado Futebol5 depois de vermos através de outros torneios de Futebol 5 e Fut7ebol  que era alguém com a cabeça certa e que queríamos connosco porque as qualidades técnicas do Miguel há muitos anos que eram conhecidas. Este ano, provavelmente metade da nossa equipa foi convidada a transferir-se para outra equipa e perdemos um elemento apenas até ao momento. Para colmatar essa baixa, optámos por inscrever um jogador do CampoPequeno, apenas após sabermos da desistência da sua equipa. De resto procuramos sempre fora do universo Superliga os nossos reforços.

Há alguma equipa da Superliga Porto que o cative pelo seu estilo de jogo, ou mesmo pelas individualidades?

A Superliga Porto este ano tem pelo menos 4 excelentes equipas (3 delas já apuradas para a fase de Elite). Os D’angels são a equipa provavelmente com as individualidades mais fortes, os FSU’s provavelmente os mais “ratos” a jogar e as Estrelas de Miragaia são uma equipa que mistura a experiência com a irreverência. Será provavelmente uma fase de Elite espectacular.

Existe alguma palestra motivadora antes de iniciar os jogos?

Actualmente não é preciso. Todos os jogos são encarados com a máxima seriedade (fruto da evolução da nossa equipa) o que nem sempre aconteceu no passado. Por vezes, e fruto da importância do jogo, falamos um pouco já dentro do campo para puxar uns pelos outros.

Do que já conhece das equipas na principal divisão do Porto, qual é a equipa que considera mais forte, qual a equipa contra a qual mais gosta de jogar, e há alguma que considere como principal rival?

Os jogos com os D’angels são sempre os mais emotivos e os mais especiais, fruto da rivalidade saudável existente entre as equipas. O facto de serem as duas a jogar a final na Batalha 2016 foi disso exemplo. Os D’angels são a equipa provavelmente com as individualidades mais fortes e a equipa que mais nos faz frente. Mas as FSU são provavelmente os mais “ratos” a jogar e é muito difícil vence-los (provavelmente é a unica equipa que no confronto directo connosco nos ganhou mais vezes que nós a eles). As Estrelas de Miragaia são uma equipa que mistura a experiência com a irreverência. Será provavelmente uma fase de elite espectacular. Se a FSU conseguir ter todos os seus jogadores disponíveis acredito que Manga, D’angels e FSU partem em pé de igualdade na fase de elite com as Estrelas Miragaia como outsider à procura da escorregadela dos mais experientes nestas andanças

Conseguiram na última época, e mesmo na presente, obter excelentes resultados. Qual foi a fórmula encontrada para a mudança?

Experiência talvez seja a palavra certa.  Se juntarmos a final Carcavelos 2015 e o F5WC Sacavém Fase final foram 2 finais nacionais onde não tivemos força mental suficiente para contornar os obstáculos e individualmente tínhamos tão boa ou melhor equipa. Quando a cabeça acompanha a qualidade que sabemos ter nos pés, as coisas fluem mais facilmente.

Quanto a esta época, quais as vossas expectativas para o decorrer desta época?

Como campeões nacionais que somos, tudo que seja abaixo disso pode ser visto como um falhanço. Mas vamos passo a passo. A 1º Fase do campeonato foi normal e vamos passar em 1º ou 2º. A Fase de elite é para tentar vencer também. Seja qual for o resultado, certamente vamos deixar tudo em campo para conseguir o melhor possível. Devemos isso uns aos outros e a quem nos segue para os vários torneios.

E relativamente à Superliga, acha que, de uma forma geral, tem melhorado de época para época?

Pode dizer-se que sim. Por exemplo, o formato este ano vai permitir termos uma fase elite com jogos do mais alto nível. Nos anos anteriores, principalmente na 2ª volta havia muitas equipas com o destino traçado e tivemos jogos de 15 e 20-0. Este ano isso certamente não vai acontecer.

Que aspectos gostaria de ver melhorados?

Ter 2 árbitros nos jogos entre as equipas candidatas ao título ou em toda a fase de elite era uma boa ideia.

Como classifica actualmente a Superliga Porto?

Competitiva é a palavra certa para definir esta liga e uma boa oportunidade para os jogadores se mostrarem.

Para terminar, gostaria de deixar alguma mensagem aos seus jogadores, ou mesmo a quem nos está a ler?

Aos meus jogadores não tenho muito a dizer que nunca lhes tenha dito. Eles sabem o respeito e admiração que tenho por todos eles. Para quem se deu ao trabalho de nos ler, obrigado pelo interesse na nossa Equipa. Apareçam na Maia ou no Footspace do Porto que certamente não se vão arrepender dos jogos que vão ver na fase de elite.

Leave a Reply

You must be logged in to post a comment.